Ano - 1991
Motorização - V8 6.75L TURBO
Foi o ápice da indústria automobilística no segmento de alto luxo. Diferentemente da Rolls Royce, normalmente conduzida por um elegante chauffeur, a Bentley era um veículo para o seu abastado dono dirigir. Carro icônico da marca, se diferenciava da Rolls pela motorização Turbo de 6.75 litros. Um sedã de alto luxo para imprimir altas velocidades com muito conforto pelas rodovias europeias e americanas. Carro totalmente feito à mão, onde cada item era cuidadosamente escolhido, encaixado, e revisado - tudo era anotado em um livro. Um ícone da engenharia inglesa. Melhor carro do mundo na sua época. Único exemplar no Brasil nessa combinação de cores do carro exposto.
Ano - 1982
Motorização - V8 3.5L
Uma lenda dentro do Legado Land Rover. Revelado ao público em junho de 1970, o Range Rover foi anunciado como “um carro para todos os fins” e apresentava uma carroceria de três portas com porta-malas dividida.
Eis o desejado Land Rover de fraque: Foi o primeiro automóvel/SUV a ser exposto dentro do Museu do Louvre.
A história resumidamente se inicia quando uma equipe é então montada para andar adiante com a perua de luxo off-road. Como isso tudo ocorre no fim dos anos 1960, e numa empresa pequena, a equipe é também pequena: apenas 3 engenheiros projetam o carro. Seis protótipos são feitos, e 28 protótipos pré-série são necessários, apenas. Como o mundo mudou...
Os protótipos foram colocados nas ruas sem camuflagem, para teste, mas com um nome de uma empresa fantasma sediada longe da Rover, criada para esconder os protótipos do radical P6BS: Velar. O Range Rover, imaginava-se, ia ser usado apenas por fazendeiros, pescadores, caçadores... Lançado em 1970, era como toda perua off-road, espartana, interior lavável com mangueira, sem ar-condicionado, sem câmbio automático e sem direção hidráulica.
Erraram feio. O desempenho decente em ruas fez gente que nunca considerou esse tipo de carro passar a cobiçá-lo. Empresas começam a fazer muito dinheiro tornando seus interiores luxuosos, colocando vidros elétricos e direção hidráulica. A Rover entende isso, e finalmente começa a sofisticar cada vez mais a perua. Em 1973, direção hidráulica, depois carpetes e mais acabamento. Em 1981, quatro portas. A rainha Elisabeth pede que protejam o estepe e macaco no porta-malas: seus Corgi estão se sujando de graxa. Um pedido que mostra bem para onde iria o carro dali em diante.
A título de curiosidade, Sua Majestade, A Rainha Elizabeth II, tinha uma forte ligação com a Land Rover, especialmente com o Range Rover, tendo vários modelos em sua coleção particular e utilizando-os em diversas ocasiões, especialmente em suas propriedades como a Sandringham House, Norfolk. Um dos Range Rovers mais emblemáticos utilizados pela Rainha foi um modelo personalizado, com toques como alças de apoio para facilitar o acesso e uma grade para proteger o compartimento de carga de seus cães, e que chegou a ser leiloado.
Viria a se tornar um sucesso imenso, demanda sempre superior à produção. Transformou-se em um carro de luxo de utilidade estendida, um Mercedes S-class que pode atravessar o Saara, andar na floresta amazônica, visitar o Tibete. Todo mundo quer isso hoje, mesmo que seja numa imitação, de capacidade muito inferior, e que viagens ao Tibete sejam possíveis apenas sonhando de noite. Imagem é tudo. Não importa que a maioria dos Range Rover nunca se sujará de terra, assim como não importa que a maioria dos Lamborghinis nunca passem de 100km/h. A capacidade existe, e isso dá valor ao veículo.
O Range Rover, quem diria, é tudo que resta da Rover. E por mais que todos amem as versões posteriores mais luxuosas, o primeiro carro permanece de um charme e uma missão específica incrivelmente claras. A versão original, mais simples e focada, de qualquer carro, parece sempre ser a melhor.
Ano - 1952
Motorização - 4 CIL 2.0L
Fundada em 1910, a Morgan Motor Company manteve-se fiel a uma abordagem artesanal e tradicional de produção automotiva ao longo do século XX. Localizada em Malvern Link, Worcestershire, a fábrica operava fora dos grandes conglomerados britânicos, preservando métodos construtivos quase inalterados desde os anos 1930.
O Plus Four, lançado em 1950, foi a evolução natural do 4/4 — com mais potência e desempenho, mas mantendo o chassi em longarinas, a estrutura de madeira de freixo e o visual anacrônico. Essa coerência no design não era atraso técnico: era posicionamento.
Na configuração com carroceria Flat Rad, produzida entre 1950 e 1953, foram construídas apenas 656 unidades, das quais 65 foram oficialmente destinadas à América Latina. Na sequência, a carroceria Flat Rad foi substituída pelos modelos Cowled Radiator, com desenho frontal mais integrado e arredondado, marcando uma nova fase estética na marca.
Em 1952, o modelo utilizava o motor 2.0 litros da Standard Vanguard, que desenvolvia cerca de 68 cavalos. A carroceria seguia o padrão tradicional de dois lugares, capota de lona, faróis destacados e grade vertical.
Até hoje, a Morgan produz seus carros de maneira artesanal — com técnicas quase centenárias —, sendo considerada o último sobrevivente independente da indústria automobilística britânica.
Ano - 1970
Motorização - 4 CIL 1.3L
A Triumph, parte do grupo Standard-Triumph, teve sua presença reforçada no segmento esportivo leve com o lançamento do Spitfire, em 1962. Desenvolvido para competir diretamente com o MG Midget, o modelo foi desenhado por Giovanni Michelotti e baseado na arquitetura do Triumph Herald.
O Spitfire apostava em proporções baixas, carroceria aberta e preço acessível, com uma proposta declaradamente jovem e esportiva. A versão Mk III, lançada em 1967, representava um refinamento em relação aos modelos anteriores, incorporando um motor 1.3 litros de 75 cavalos, interior redesenhado e nova frente, mais fluida e coesa.
Este exemplar de 1970 é a transição entre o Mark III e o Mark V, destinado ao mercado americano. Finalizado em Jasmine Yellow, possui os bancos e painel da nova versão, acoplados à carroceria ainda com as linhas delicadas de uma era passada. Ele representa uma geração de esportivos britânicos de baixo custo, voltados à exportação, que contribuíram para consolidar a imagem da Grã-Bretanha como centro de produção de roadsters.
Ano - 1959
Motorização - 6 CIL 2.9L
A Austin-Healey foi fundada em 1952 como uma joint venture entre a Austin (então parte da BMC) e Donald Healey, engenheiro e piloto britânico com experiência em Le Mans e no desenvolvimento de carros esportivos. O objetivo da nova marca era oferecer esportivos de dois lugares acessíveis, com desempenho convincente e mecânica simples — voltados especialmente ao mercado de exportação.
Após o sucesso do 100/4 e da série 100/6, a linha evoluiu em 1959 com o lançamento do Austin-Healey 3000, agora com motor de 2.912 cm³ e câmbio de quatro marchas com overdrive. Conhecido como Mk I, ele foi oferecido em duas variantes de carroceria: o BN7, com dois lugares, e o BT7, com configuração 2+2.
O motor de seis cilindros em linha produzia 124 cavalos, alimentado por dois carburadores SU HD6, e oferecia desempenho sólido para sua categoria. O modelo mantinha o chassi com estrutura simples, freios a disco dianteiros e eixo traseiro rígido — fórmula robusta e confiável.
Visualmente, o 3000 Mk I preservava a identidade da linha anterior, com linhas arredondadas, grade oval e proporções equilibradas. Ainda apresentava interior espartano, painel metálico e vidros laterais removíveis por cortinas de plástico.
Este primeiro Austin-Healey 3000 marcou a transição da marca rumo a um novo patamar de desempenho, mantendo o compromisso com a simplicidade mecânica e o apelo visual. Seu sucesso nos mercados americano, australiano e europeu consolidou a reputação da marca como um dos pilares do roadster britânico no final dos anos 1950.
Ano - 1972
Motorização - V12 5.3L
A Jaguar consolidou-se no pós-guerra como uma das grandes referências britânicas em esportividade refinada. Modelos como o XK120, XK150 e os carros de competição C-Type e D-Type projetaram a marca no cenário internacional ao aliar elegância de formas, engenharia eficiente e desempenho acima da média.
Lançado em 1961, o E-Type representava a síntese dessa trajetória. Seu chassi monobloco, freios a disco nas quatro rodas, suspensão independente e carroceria de linhas fluidas estabeleceram novos parâmetros para o design e a técnica em carros esportivos. Tornou-se de imediato um ícone da indústria automobilística.
A Série III, introduzida em 1971, trouxe mudanças significativas. O novo motor V12 de 5.3 litros, com 272 cavalos, oferecia entrega de potência suave e contínua, compatível com a proposta de um grand tourer. A carroceria ganhou maior presença visual, com para-lamas alargados, grade frontal redesenhada e entre-eixos mais longo nas versões 2+2.
O interior passou a priorizar conforto: bancos mais largos, direção hidráulica de série, ar-condicionado opcional e acabamento mais elaborado. O E-Type deixava de ser um carro puramente esportivo para ocupar um novo espaço — o de um coupé de alto desempenho para uso em estradas, voltado a longas distâncias, sem abrir mão das linhas que o consagraram como um dos carros mais bonitos de todos os tempos.
Ano - 1968
Motorização - 6 CIL 2.9L
A MG (Morris Garages) consolidou-se no entre-guerras como fabricante de carros esportivos acessíveis e leves. Seus modelos TC, TD e TF popularizaram a marca nos Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial, enquanto o MG A, lançado em 1955, trouxe uma nova linguagem de design mais alinhada ao modernismo europeu.
Em 1962, com o lançamento do MG B, a marca modernizou-se estruturalmente, adotando monobloco e visual mais limpo. O MG C, por sua vez, foi lançado em 1967 como uma alternativa de maior desempenho, herdando o motor 6 cilindros da Austin-Healey e buscando ocupar o espaço deixado pela descontinuação do 3000 Mk III.
Apesar de visualmente idêntico ao MG B à primeira vista, o C exigiu profundas alterações: capô elevado, estrutura dianteira reforçada e novo balanceamento dinâmico. Seu motor de 2.912 cm³ desenvolvia 145 cavalos, posicionando-o como um grand tourer compacto, mais apto a longas viagens do que à direção esportiva pura.
Produzido por apenas dois anos, o MG C é hoje reconhecido como um modelo de transição — entre a leveza dos MGs dos anos 50 e a robustez que a British Leyland começaria a impor nos anos 70.
Ano - 1974
Motorização - 4 CIL 1.0L
A British Motor Corporation (BMC), resultado da fusão entre Austin e Morris, foi um dos maiores conglomerados automobilísticos do pós-guerra britânico. Em meio à crise do petróleo de 1956 e à crescente demanda por carros econômicos, a BMC encomendou a Alec Issigonis um veículo compacto, funcional e acessível.
O resultado foi o Mini, lançado em 1959, com motor transversal, tração dianteira e carroceria monobloco — um projeto radical para a época. Seu design funcional e proporções inéditas rapidamente o tornaram referência de inovação industrial.
Em paralelo, John Cooper — ligado ao automobilismo britânico — viu no Mini um excelente ponto de partida para competições. A união entre a engenharia de Issigonis e a visão esportiva de Cooper resultou no Mini Cooper, lançado oficialmente em 1961. Ainda na década de 1960, o modelo conquistaria três vitórias oficiais no Rallye de Monte Carlo (1964, 1965 e 1967), derrotando adversários muito mais potentes e consolidando sua reputação como carro de desempenho excepcional em relação ao seu porte.
A popularidade do Mini Cooper foi amplificada também pelo cinema. Em The Italian Job (1969), os pequenos carros assumem papel central em uma sequência de perseguição que se tornaria um clássico da cultura automobilística. A cena tornou-se tão marcante quanto o próprio carro.
O exemplar de 1974 pertence à última fase da produção sob a BMC, pouco antes da transição para a British Leyland. Nessa configuração, mantinha o espírito do Cooper original, com motor de 1.0 litro e cerca de 55 cavalos, preservando a leveza e a agilidade que o consagraram tanto nas pistas quanto nas telas. Um caso emblemático em que soluções engenhosas de engenharia resultaram em um ícone duradouro da indústria britânica.