1959
Romi Isetta
por Emílio Romi & Carlo Chiti
1959
Romi Isetta
por Emílio Romi & Carlo Chiti
Inauguração da linha de produção da Romi Isetta com Américo Emílio Romi e Olímpia Romi.
História
No dia 5 de setembro de 1956, o Brasil testemunhou a introdução do Romi-Isetta, o primeiro automóvel de produção em série fabricado no país. Este marco histórico foi resultado de uma parceria entre a italiana Iso e a Indústrias Romi S.A., uma empresa brasileira conhecida por fabricar tratores, localizada em Santa Bárbara d'Oeste, São Paulo. O Romi-Isetta foi produzido no Brasil de 1956 até 1961, com cerca de 3.000 unidades fabricadas ao longo desse período. Este carro compacto foi uma resposta ao crescente desejo de modernização e industrialização do Brasil na década de 1950.
Design
O design do Romi-Isetta era inovador e distinto, com uma forma de gota d'água que o tornava imediatamente reconhecível. Desenhado originalmente na Itália, o modelo destacava-se pela sua única porta frontal, inspirada em aviões cargueiros, que incluía a coluna de direção, facilitando o acesso ao interior. Com dimensões compactas de 2,28 metros de comprimento e 1,38 metros de largura, o Romi-Isetta era perfeito para o ambiente urbano. Seu interior era simples, com um único banco que acomodava dois adultos e uma criança, reforçando seu apelo prático e funcional.
Engenharia
Inicialmente, o Romi-Isetta era equipado com um motor dois-tempos bicilíndrico de 236 cm³, que produzia 9,5 cv de potência, permitindo uma velocidade máxima de 85 km/h. Este motor era acoplado a uma transmissão manual de quatro marchas. Em 1959, o carro recebeu um motor BMW monocilíndrico de quatro tempos e 298 cm³, com 13 cv, mantendo a mesma velocidade máxima. O chassi tubular e as rodas de 10 polegadas com eixo dianteiro maior que o traseiro conferiam ao Romi-Isetta uma estabilidade adequada para suas dimensões e propósito.
Cultura
O Romi-Isetta rapidamente se tornou um símbolo de modernidade e inovação no Brasil, especialmente entre a classe artística. O compacto e charmoso veículo era frequentemente visto em campanhas publicitárias e eventos, conquistando o coração de muitos brasileiros. A produção local do Romi-Isetta não só marcou o início da indústria automobilística nacional, mas também representou o espírito de progresso e modernização que permeava o país na década de 1950.
Fato curioso
No dia de seu lançamento, 5 de setembro de 1956, São Paulo viu um desfile dos primeiros 16 exemplares do Romi-Isetta, simbolizando o nascimento da produção automobilística brasileira. Este evento histórico destacou o Romi-Isetta como um verdadeiro carro brasileiro, com 72% de suas peças produzidas localmente, contrastando com os carros importados ou montados em regime CKD que predominavam na época.
Dados Técnicos
Motor: 298 cm³, monocilíndrico, 4 tempos
Potência: 13 cv a 5.200 rpm
Câmbio: Manual de 4 marchas
Velocidade Máxima: 85 km/h
Aceleração 0-50 km/h: 10,8 segundos